Nosso curso tem a característica de estudar novas tendências, mídias e movimentos culturais. Pensamos por bem usar a Valesca, que é o objeto de estudo do funk, explicam os formandos do curso de Estudos de Mídia.
RIO - Na maioria das formaturas de universidades do país, o patrono da turma é uma personalidade de destaque no âmbito acadêmico. Pois uma turma de formandos em Estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF) fugiu do convencional. Conforme publicado na coluna Gente Boa, do GLOBO, nesta quarta-feira (10), os alunos escolheram como sua patronesse a dançarina e funkeira Valesca Popozuda. A explicação?
- Nosso curso tem a característica de estudar novas tendências, mídias e movimentos culturais. Pensamos por bem usar a Valesca, que é o objeto de estudo do funk e baixa cultura. Bem ou mal, ela representa uma cultura de massa - argumenta a formanda Letícia Gabbay.
O grupo queria escolher, primeiramente, o também funkeiro Mr. Catra. No entanto, como a turma é composta por seis mulheres e apenas um homem, foi decidido que uma figura feminina teria mais a cara dos formandos da UFF. Nasceu a turma "Valesca Popozuda".
- Não houve críticas. Os professores adoraram a ideia. É legal sair elogios de uma pessoa estudiosa, da academia - garante Letícia.
A própria laureada adorou a ideia. Valesca conta que recebeu com surpresa a notícia de que seria patronesse de uma turma universitária, mas reconhece que sua vida pode ter chamado a atenção dos estudantes.
- Acredito que dará um ótimo estudo! Tenho certeza que eles irão explorar o fato de eu ser mulher, trabalhar com funk, falar de forma liberal sobre o sexo e ser feminista - afirma a funkeira.
Embora não tenha comparecido à cerimônia de colação de grau da turma, ocorrida na quarta-feira da semana passada (03), a artista diz que gostaria de agradecer pessoalmente ao grupo de alunos. Foi um convite inusitado. Valesca está mais acostumada a ser chamada para desfilar como rainha de bateria de escolas de samba. Papel este que ela desempenha com segurança.
- São responsabilidades diferentes, mas ser patrona com certeza é mais difícil (risos).
Fonte: O Globo
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