quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Valesca Popozuda fala sobre sucesso, carnaval e público LGBT

Valesca Reis Santos, mais conhecida como Valesca Popozuda, nasceu no Rio de Janeiro, já trabalhou como frentista e hoje é vocalista do grupo de funk Gaiola das Popozudas. Nos palcos, a cantora é ousada e irreverente, com músicas, em sua maioria, feitas para dançar. Nos bastidores, ela se mostra centrada, adorável e até séria. Em entrevista ao Bahia Notícias, após apresentação na boate San Sebastian, a funkeira disse que gostaria de se apresentar no Carnaval de Salvador, falou sobre empatia com o público gay e a polêmica candidatura da transexual baiana Amanda Sampaio a Miss Bumbum 2012. “Tem muita transexual que chama mais atenção e é mais bonita que muita mulher, mais bonitas até que uma ‘Valesca Popozuda’”, afirmou.


 Bahia Notícias – Como é a receptividade dos fãs baianos?

Valesca Popozuda – Em geral, a receptividade dos fãs aqui na Bahia, quando eu subo no palco, é sempre muito boa. Dizem que os baianos são “quentes”, não é? Então, o público daqui recebe tanto a Valesca como a Gaiola das Popozudas com muito carinho e eu só tenho a retribuir a eles com muito carinho, muita dedicação e muito amor.

BN – Você pensa em trazer o funk para o carnaval?

VP – Tenho muita vontade. Daria para trazer um trio só de funk e gostaria de cantar em um dia de carnaval aqui na Bahia com alguns artistas que eu gosto. Tenho muita admiração por Ivete Sangalo, então, mesmo que não acontecesse o trio do funk, seria muito bom representar o funk no trio dela.

BN – A Ivete ano passado convidou vários artistas para cantar no seu bloco. A Gaby Amarantos trouxe o eletrobrega para o carnaval e cantou em um bloco...

VP – Espero que em 2013, eu seja uma das convidadas para cantar no trio com Ivete. Eu desfilo no Rio, mas sei que carnaval em Salvador começa muito antes, quase uma semana da festa, dá para desfilar em São Paulo, no Rio de Janeiro e fazer o carnaval na Bahia. E em relação à Gaby, eu a admiro muito, ela é uma ótima cantora, todo sucesso que ela conquistou é merecido.


BN – Hoje você toca em uma boate gay, você gravou com David Brazil e já foi madrinha da Parada Gay em São Paulo. Quando começou a adoração do público? Sempre existiu ou aconteceu algo específico?

VP – Eu gravei com David, ele é um grande amigo e parceiro, antes do trabalho já tinha uma amizade muito grande, a música “Sou Gay” foi em homenagem ao público e exclusivamente para a décima sexta edição do "Mês do Orgulho LGBT" que aconteceu em São Paulo. Eu toco em várias boates gays pelo Brasil, hoje não é a primeira.

BN – Você anunciou um concurso para escolher a terceira dançarina da Gaiola das Popozudas, o único critério é que fosse transexual. A dançarina já foi escolhida?

VP – Quando anunciamos, recebemos mais de três mil e-mails. Hoje tem cinco na final.

BN – Semana passada aqui em Salvador teve uma manifestação em uma praça pública, as concorrentes do “Miss Bumbum” estavam protestando contra a dançarina transexual. Segundo elas, a candidata trans teria vantagem por não ter celulite. O que você acha disso (já que você faz totalmente o oposto, de inserir)?

VP – Sim, eu quero muito incluir o transexual. O concurso para a dançarina da Gaiola das Popozudas foi uma forma de tentar acabar com o preconceito. As concorrentes são lindas, surpreendem bastante e tem muita transexual que chama mais atenção e é mais bonita que muita mulher, mais bonitas até que uma “Valesca Popozuda”. Foi uma forma de agradar o público GLS e tentar acabar mesmo com o preconceito. Acho toda forma de discriminação burra e não vale a pena. Em relação ao concurso, acho que tem que deixar a transexual ficar, a Bahia tem muitas mulheres bonitas, é só um concurso.


BN – Você gravou com Mr. Catra a música “Mama”. Gerou muita polêmica, principalmente na internet. Você acha que ficou mais conhecida por isso?

VP – Meu trabalho disparou mesmo com “Late que eu tô passando” e “Agora eu sou solteira”. A música “Mama” foi uma etapa nova para mim, eu sempre canto funk mais rápidos e cantar uma versão pagode me deixou um pouco “louca”. A versão imprimia influências minha e do Mr. Catra, porém, era um pagode, depois de cantar o mesmo ritmo quase toda minha carreira, queria algo diferente, foi um grande desafio. Então, “Mama” só fez acrescentar mais.

BN – Você toca versões de outros artistas no show? Sei que você cantou “Ex Mai Love” em uma boate em São Paulo. Faz parte da sua apresentação?

VP – Eu canto Tim Maia, Michel Teló, Wando, Gaby Amarantos, canto de tudo um pouco. O show tem uma essência eclética, tem um pouco de cada coisa, apesar do funk ser predominante. Tento agradar os fãs e o que eles gostam de ouvir. Não é só porque sou funkeira que eu canto só funk.



(Foto: Weslley Sacramento)
Fonte: Bahia Notícias - http://www.bahianoticias.com.br/principal/noticia/121870-valesca-popozuda-fala-sobre-sucesso-carnaval-e-publico-lgbt.html

Valesca Popozuda rebola em cima de banco para fotógrafo em shopping. A funkeira fez graça na Barra da Tijuca, no Rio.

De volta ao Brasil após uma temporada nos EUA, Valesca Popozuda circulou por um shopping na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira, 30.  Ao ver a lente do fotógrafo não pensou duas vezes: subiu em um banco e rebolou para ele. E em breve a funkeira vai anunciar o nome da dançarina transexual para dançar com ela na Gaiola das Popozudas.

 Valesca Popozuda faz graça para o fotógrafo
 Ela subiu em cima de um banco
 E fez uma de suas dancinhas
 Oi oi oi!
Valesca Popozuda esteve em um shopping da Barra da Tijuca, no Rio


(Foto: Marcus Pavão / AgNews)